segunda-feira, 11 de julho de 2011

Desempregados: quantos correm risco de pobreza?

 

Eram mais de 36% em 2009. E taxa de desemprego só tem vindo a aumentar. Sem ajudas do Estado, seria muito pior


O tempo passa, mas o risco de pobreza mantém-se em Portugal e, se olharmos apenas para a população desempregada, as estatísticas podem assustar. São 36,4% as pessoas sem trabalho que se encontram neste «limbo».

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística - relativos a 2009 e divulgados esta segunda-feira - mostram que os portugueses que correm o risco de entrar no buraco da pobreza são 17,9% da população total.

Sem as ajudas do Estado, a percentagem subiria para os 43,4%. «O impacto das transferências sociais (excluindo pensões) na redução da taxa de pobreza registou um aumento significativo em 2009», aponta o INE.

Desemprego histórico pode pesar ainda mais

Os indicadores não sofrem grandes variações em relação a 2008, mas no que toca aos desempregados dão que pensar. É que se em 2009 eram mais de 36% os que corriam risco de pobreza, de lá para cá o desemprego só tem vindo a aumentar. A taxa já vai nos históricos 12,6%.

Não será de admirar, por isso, que a percentagem se tenha agravado entre 2010 e 2011, até porque o Estado tem vindo a apertar o cerco ao acesso a algumas prestações sociais.

Se há dois anos, «o contributo das transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social, reduziu em 8,5 pontos percentuais a proporção da população em risco de pobreza», agora as restrições são muitas.

Risco também paira sobre população empregada

Mesmo entre a população empregada o risco de pobreza existe - era de 9,7% em 2009, ainda assim menos do que no ano anterior (10,3%); entre os reformados sobe para os 18,5% (em 2008 estava nos 17,4%).

Nos jovens com menos de 18 anos, a taxa de risco era de 22,4%, menos meio ponto percentual. Por sexos, tudo na mesma: entre as mulheres 18,4% e entre os homens 17,3%.

Nas famílias sem crianças, o risco baixou de 17,9% para 16,5%. Nas famílias com filhos a melhoria deu-se dos 19,9% para os 19,1%, «todavia ultrapassando em 1,2 pontos percentuais o valor registado para o total da população residente».

Já entre a população idosa, mais de um quinto vivia em risco de pobreza em 2009. Estamos a falar de 21% dos idosos, quase mais 1% do que em 2008.

A taxa de intensidade da pobreza em Portugal que, como explica o INE, «mede a diferença entre o valor do limiar de pobreza e o rendimento monetário mediano dos indivíduos em risco de pobreza» era de 22,7% (23,6 em 2008).

Há a destacar ainda que os ricos ainda ganham muito mais do que os pobres, mas as desigualdades têm vindo a diminuir. «O rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com maiores recursos correspondia a 5,6 vezes o rendimento dos 20% da população com mais baixos recursos».

o nosso mundo

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nao deixa de ser curioso os locais de onde nos visitam

terça-feira, 5 de abril de 2011

afinal salazar ...

Exmo. Senhor Ricardo Pereira,

Li ontem, com toda a atenção, o artigo que escreveu na última edição da "Visão". Versa o excelso artigo produzido sobre o tema que agora está na moda: Quais os Portugueses que mais se evidenciaram ao longo da nossa história. Ensaia V. Exa. ao longo do mesmo artigo um conjunto de afirmações sobre Oliveira Salazar: Começa por afirmar a sua admiração pela sua inclusão na famosa "Lista", compara-o a Adolfo Hitler e termina, afirmando, que se Salazar ganhasse o concurso seria a primeira vez que teria ganho umas eleições democraticamente.
Perante o estilo leviano do artigo e a piadinha fácil, não me surpreende a comparação com A. Hitler. Surpreende-me, isso sim, que se tenha esquecido do óbvio. O tal Adolfo foi eleito democraticamente na Alemanha. E democraticamente eleito conquistou quase toda a Europa e democraticamente eleito ordenou o holocausto. Numa guerra onde morreram milhões e milhões de Europeus. Conclusão óbvia: As eleições, mesmo as "democráticas" valem o que valem. Nesta guerra não morreram Portugueses em combate.
Sabe o Exmo. Senhor a quem deve tal feito: Pois é! Ao tal que não foi democraticamente eleito.
·         Sabe o Exmo. Senhor os esforços diplomáticos que foram feitos para evitar a entrada de Portugal na Guerra?
·         Sabe quem gizou diariamente a estratégia? Sabe os riscos que corremos? As pressões que sofremos?
·         Estimará quantos mortos morreriam se tivéssemos entrado briosamente no conflito? Muitos de nós hoje não estariamos cá, pois os nossos pais ou avós teriam certamente tombado em combate!
·         Sabe o estado em que Salazar herdou o país após a espantosa 1ª República, que é tanto admirada pela família Soares? Eleita democraticamente claro está!
·         Sabe a que estado de miséria chegou o povo que em 1928 abominava os partidos políticos, os quais os considerava os criminosos responsáveis pelo estado de ruína a que o país se encontrava.
·         Sabe quem delineou, pela primeira vez, a viragem para a actual U.E.?
Pois é: O tal que não foi democraticamente eleito. Vá verificar, caro amigo. Leia.  Sabe quem nunca fez obra? O que mandou construir a Ponte sobre o Tejo, a barragem de Castelo de Bode, o Aeroporto da Portela. Sabe quem nunca abandonou 1 milhão de Portugueses nas ex-colónias à sua sorte/morte? Pois é, pois é. Fácil foi fazer como se fez a seguir ao 25 de Abril. Fugir é sempre fácil. Além de ser próprio dos fracos. Sabe quem morreu na miséria, tendo servido a causa pública sem receber uma atenção, uma recompensa, um prémio, uma benesse, uma jóia, um diamante? Sabe quem foi íntegro no exercício do poder? Pois é, pois é. Se V. Exa. tem dúvida que Salazar ganharia todas as eleições durante o período que esteve no poder, está muitíssimo mal informado. Leia. Estude sobre a época. Que era alérgico a elas. Sem dúvida. E com razão, a meu ver. Estude a 1ª República. Os governos que se sucederam. O desgoverno que se atingiu. Vem daí a alergia. E quanto à censura: Pois. E a informação que temos hoje? Eu prefiro a censura. Evitaria ter de ler, por exemplo, o que tão infantilmente escreveu. Numa palavra: Não escreva sobre o que não sabe. E ainda tem uma surpresa. Num país infestado pela corrupção, pela mediocridade e pela ambição desmedida pelo poder na busca da corrupção, eu voto no Salazar. E não serei o único. Garanto-lhe.
Cumprimentos do,
Pedro Mota
PS: Não tenho 100 anos. Tenho 43. Não vivi no tempo da "maldita" Ditadura. Ao invés, li e estudei muito sobre ela. Não me atrevo a sugerir tal. A ignorância neste país é desmedida. Não fuja, pois, à regra.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O 'GRANDE' MÁRIO SOARES !!!

(artigo de uma jornalista de esquerda!) Clara Ferreira Alves, no Expresso

Tudo o que aqui relato é verdade. Se quiserem, podem processar-me. Eis
parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez que
ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana,
para a voz da rua.
A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira
politica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom
par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.
A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu o
processo de descolonização.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos
financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.
A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua
experiència governativa.
A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como
Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.
A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers"..
A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois
de tão fantástico desempenho no cargo.
A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha
Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e
vencer as eleições presidenciais.
A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um
grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um
conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas
internacionais.
A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua
segunda campanha presidencial.
A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos
Melancia, um dos homens da Emaudio.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso
Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma
Fundação na sua fase pós-presidencial.
A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos
Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse
mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" com
Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre
acidente de avião na Jamba (avião esse transportando de diamantes, no
dizer do então Ministro da Comunicação Social de Angola).
A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar
57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França -
21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil
quilómetros).
A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de
grande importância estratégica para Portugal, aproveitando para dar
uma voltinha de tartaruga.
A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a
Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes
oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.
A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte
blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da
Republica.
A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de
vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo
Grande.
A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica,
constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado,
que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única
função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os
mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.
A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação
violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a
nulidade da licença de obras.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas
construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal
fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer
convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.
A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos
anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de
quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um
auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara
de Lisboa.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção
anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador
e Presidente.
A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse
um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República,
na... Fundação Mário Soares.
A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares
receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.
A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade
da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente
era... João Soares.
A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o
director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação
jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.
A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento
Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole
Fontaine.
A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior do
guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.
A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre,
para concorrer às eleições presidenciais mais uma vez.
A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.
A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira
na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir,
logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no
filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.
No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um
punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai.
Vai.... e não volta mais

quarta-feira, 30 de março de 2011

Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão

 

por Joana Azevedo Viana, Publicado em 26 de Março de 2011   
Nem o frio pára o povo: duas revoluções pacíficas já levaram a grandes mudanças
Nem o frio pára o povo: duas revoluções pacíficas já levaram a grandes mudanças
céu guarda/kameraphoto
    Os protestos populares, quando surgem, são para ser levados até ao fim. Quem o mostra são os islandeses, cuja acção popular sem precedentes levou à queda do governo conservador, à pressão por alterações à Constituição (já encaminhadas) e à ida às urnas em massa para chumbar o resgate dos bancos.

    Desde a eclosão da crise, em 2008, os países europeus tentam desesperadamente encontrar soluções económicas para sair da recessão. A nacionalização de bancos privados que abriram bancarrota assim que os grandes bancos privados de investimento nos EUA (como o Lehman Brothers) entraram em colapso é um sonho que muitos europeus não se atrevem a ter. A Islândia não só o teve como o levou mais longe.

    Assim que a banca entrou em incumprimento, o governo islandês decidiu nacionalizar os seus três bancos privados - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Mas nem isto impediu que o país caísse na recessão. A Islândia foi à falência e o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em acção, injectando 2,1 mil milhões de dólares no país, com um acrescento de 2,5 mil milhões de dólares pelos países nórdicos. O povo revoltou-se e saiu à rua.

    Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.

    Durante esse ano, a economia manteve-se em situação precária, fechando o ano com uma queda de 7%. Porém, no terceiro trimestre de 2010 o país saiu da recessão - com o PIB real a registar, entre Julho e Setembro, um crescimento de 1,2%, comparado com o trimestre anterior. Mas os problemas continuaram.


    Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.

    Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.

    Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto (até agora).

    Na semana passada, a Interpol abriu uma caça a Sigurdur Einarsson, ex-presidente-executivo do Kaupthing. Einarsson é suspeito de fraude e de falsificação de documentos e, segundo a imprensa islandesa, terá dito ao procurador-geral do país que está disposto a regressar à Islândia para ajudar nas investigações se lhe for prometido que não é preso.

    Para as mudanças constitucionais, outra vitória popular: a coligação aceitou criar uma assembleia de 25 islandeses sem filiação partidária, eleitos entre 500 advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais, etc. A nova Constituição será inspirada na da Dinamarca e, entre outras coisas, incluirá um novo projecto de lei, o Initiative Media - que visa tornar o país porto seguro para jornalistas de investigação e de fontes e criar, entre outras coisas, provedores de internet. É a lição número 4 ao mundo, de uma lista que não parece dar tréguas: é que toda a revolução islandesa está a passar despercebida nos media internacionais, pois não interessa aos grandes banqueiros internacionais, que são de facto os únicos interessados na falência do povo, ganhando ainda mais fortuna com os gigantescos juros do dinheiro que vão injectando nas democracias falidas

    AS VERDADES OCULTAS EM PORTUGAL

    Portugal visto de Espanha. 
        LISBOA, 21 sep (IPS) - Indicadores económicos y sociales periódicamente divulgados por la Unión Europea (UE) colocan a Portugal en niveles de pobreza e injusticia social inadmisibles para un país que integra desde 1986 el 'club de los ricos' del continente.
        Pero el golpe de gracia lo dio la evaluación de la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE): en los próximos años Portugal se distanciará aún más de los países avanzados.
        La productividad más baja de la UE , la escasa innovación y vitalidad del sector empresarial, educación y formación profesional deficientes, mal uso de fondos públicos, con gastos excesivos y resultados magros son los datos señalados por el informe anual sobre Portugal de la OCDE , que reúne a 30 países industriales.
        A diferencia de España, Grecia e Irlanda (que hicieron también parte del 'grupo de los pobres' de la UE ), Portugal no supo aprovechar para su desarrollo los cuantiosos fondos comunitarios que fluyeron sin cesar desde Bruselas durante casi dos décadas, coinciden analistas políticos y económicos.    En 1986, Madrid y Lisboa ingresaron a la entonces Comunidad Económica Europea con índices similares de desarrollo relativo, y sólo una década atrás, Portugal ocupaba un lugar superior al de Grecia e Irlanda en el ranking de la UE.. Pero en 2001, fue cómodamente superado por esos dos países, mientras España ya se ubica a poca distancia del promedio del bloque.
       
    'La convergencia de la economía portuguesa con las más avanzadas de la OCDE pareció detenerse en los últimos años, dejando una brecha significativa en los ingresos por persona', afirma la organización..
        En el sector privado, 'los bienes de capital no siempre se utilizan o se ubican con eficacia y las nuevas tecnologías no son rápidamente adoptadas', afirma la OCDE.
        'La fuerza laboral portuguesa cuenta con menos educación formal que los trabajadores de otros países de la UE , inclusive los de los nuevos miembros de Europa central y oriental', señala el documento.
        Todos los análisis sobre las cifras invertidas coinciden en que el problema central no está en los montos, sino en los métodos para distribuirlos. Portugal gasta más que la gran mayoría de los países de la UE en remuneración de empleados públicos respecto de su producto interno bruto, pero no logra mejorar significativamente la calidad y eficiencia de los
    servicios. Con más profesores por cantidad de alumnos que la mayor parte de los miembros de la OCDE , tampoco consigue dar una educación y formación profesional competitivas con el resto de los países industrializados.    En los últimos 18 años, Portugal fue el país que recibió más beneficios por habitante en asistencia comunitaria. Sin embargo, tras nueve años de acercarse a los niveles de la UE , en 1995 comenzó a caer y las perspectivas hoy indican mayor distancia.
        Dónde fueron a parar los fondos comunitarios?, es la pregunta insistente en debates televisados y en columnas de opinión de los principales periódicos del país. La respuesta más frecuente es que el dinero engordó la billetera de quienes ya tenían más.    Los números indican que Portugal es el país de la UE con mayor desigualdad social y con los salarios mínimos y medios más bajos del bloque, al menos hasta el 1 de mayo, cuando éste se amplió de 15 a 25 naciones.
        También es el país del bloque en el que los administradores de empresas públicas tienen los sueldos más altos. El argumento más frecuente de los ejecutivos indica que 'el mercado decide los salarios'. Consultado por IPS, el ex ministro de Obras Públicas (1995-2002) y actual diputado socialistaJoão Cravinho desmintió esta teoría. 'Son los propios administradores quienes fijan sus salarios, cargando las culpas al mercado', dijo.
        En las empresas privadas con participación estatal o en las estatales con accionistas minoritarios privados, 'los ejecutivos fijan sus sueldos astronómicos (algunos llegan a los 90.000 dólares mensuales, incluyendo bonos y regalías) con la complicidad de los accionistas de referencia', explicó Cravinho. Estos mismos grandes accionistas, 'son a la vez altos ejecutivos, y todo este sistema, en el fondo, es en desmedro del pequeño accionista, que ve como una gruesa tajada de los lucros va a parar a cuentas bancarias de los directivos', lamentó el ex ministro.
        La crisis económica que estancó el crecimiento portugués en los últimos dos años 'está siendo pagada por las clases menos favorecidas', dijo. Esta situación de desigualdad aflora cada día con los ejemplos más variados. El último es el de la crisis del sector automotriz. Los comerciantes se quejan de una caída de casi 20 por ciento en las ventas de automóviles de baja cilindrada, con precios de entre 15.000 y 20.000 dólares. Pero los representantes de marcas de lujo como Ferrari, Porsche, Lamborghini, Maserati y Lotus (vehículos que valen más de 200.000 dólares), lamentan no dar abasto a todos los pedidos, ante un aumento de 36 por ciento en la demanda. Estudios sobre la tradicional industria textil lusa, que fue una de las más modernas y de más calidad del mundo, demuestran su estancamiento, pues sus empresarios no realizaron los necesarios ajustes para actualizarla. Pero la zona norte donde se concentra el sector textil,tiene más autos Ferrari por metro cuadrado que Italia.    Un ejecutivo español de la informática, Javier Felipe, dijo a IPS que según su experiencia con empresarios portugueses, éstos 'están más interesados en la imagen que proyectan que en el resultado de su trabajo'. Para muchos 'es más importante el automóvil que conducen, el tipo de tarjeta de crédito que pueden lucir al pagar una cuenta o el modelo del teléfono celular, que la eficiencia de su gestión', dijo Felipe, aclarando que hay excepciones. Todo esto va modelando una mentalidad que, a fin de cuentas, afecta al desarrollo de un país', opinó.
        La evasión fiscal impune es otro aspecto que ha castrado inversiones del sector público con potenciales efectos positivos en la superación de la crisis económica y el desempleo, que este año llegó a 7,3 por ciento de la población económicamente activa. Los únicos contribuyentes a cabalidad de las arcas del Estado son los trabajadores contratados, que descuentan en la fuente laboral. En los últimos dos años, el gobierno decidió cargar la mano fiscal sobre esas cabezas, manteniendo situaciones 'obscenas' y 'escandalosas', según el
    economista y comentarista de televisión Antonio Pérez Metello. 'En lugar de anunciar progresos en la recuperación de los impuestos de aquellos que continúan riéndose en la cara del fisco, el gobierno (conservador) decide sacar una tajada aun mayor de esos que ya pagan lo que es debido, y deja incólume la nebulosa de los fugitivos fiscales, sin coherencia ideológica, sin visión de futuro', criticó Metello. La prueba está explicada en una columna de opinión de José Vitor Malheiros, aparecida este martes en el diario Público de Lisboa, que fustiga la falta de honestidad en la declaración de impuestos de los lamados profesionales liberales. Según esos documentos entregados al fisco, médicos y dentistas declararons), los arquitectos de ingresos anuales promedio de 17.680 euros (21.750 dólares), los abogados de 10.864 (13.365 dólares 9.277 (11.410 dólares) y los ingenieros de 8.382 (10.310 dólares).
    Estos números indican que por cada seis euros que pagan al fisco, 'le roban nueve a la comunidad', pues estos profesionales no dependientes deberían contribuir con 15 por ciento del total del impuesto al ingreso por trabajo singular y sólo tributan seis por ciento, dijo Malheiros. Con la devolución de impuestos al cerrar un ejercicio fiscal, éstos 'roban más de lo que pagan, como si un carnicero nos vendiese 400 gramos de bife y nos hiciese pagar un kilogramo, y existen 180.000 de estos profesionales liberales que, en promedio, nos roban 600 gramos por kilo', comentó con sarcasmo. Si un país 'permite que un profesional liberal con dos casas y dos automóviles de lujo declare ingresos de 600 euros (738 dólares) por mes, año tras año, sin ser cuestionado en lo más mínimo por el fisco, y encima recibe un subsidio del Estado para ayudar a pagar el colegio privado de sus hijos, significa que el sistema no tiene ninguna moralidad', sentenció.

    O FMI na Grécia

     

    Mas muito disto já nós temos e pior !  !
    Venha de lá o tal FMI, em força e depressa
    Vejo é muito menino com  mêdo ( terror) que alguém vá vasculhar as contas do Estado ....
    Sim, uma entidade externa a verificar as contas do Estado é coisa que traz muita gente em pânico
    Quanto mais tarde pior !!!!
     

    Na Grécia, o FMI deu nisto. Com as devidas proporções preparem-se para o que nos vai sair na rifa.

    Sector Público

    • Corte do subsídio de férias e natal para todos os empregados públicos que ganhem mais de 3000€/mês brutos. Quem ganhar menos de 3000€ vai receber 250€ pela Páscoa, 250€ no Verão e 500€ no Natal;  
    • Reduzir os subsídios de 8 a 20% no sector público estado e 3% nas empresas públicas  
    • Uniformizar todos os salários pagos pelo estado;  
    • Congelar todos os salários do sector público até 2014.


    Sector Privado

    • Chegou-se a um acordo colectivo, assinado em 15 de Julho, pelo qual os empregados do sector privado na Grécia continuam a receber o seu salário anual em 14 pagamentos (chegou a ser sugerido passar para 12 pagamentos). Não houve aumentos em 2010 e prevê-se aumentos de 1.5 a 1.7% para 2011 e 2012 – muito abaixo da inflação actual que ronda os 5.6%.  
    • Imposição de um imposto aplicado uma única vez às empresas que tenham tido mais de 100 000€ de lucro em 2009:
      • 100 000 a 300 000: 4%;
      • 300 001 a 1 000 000: 6%;
      • 1 000 001 a 5 000 000: 8%;
      • Mais de 5 000 000: 10%.

      • Alargar os limites pelos quais os empregadores podem despedir funcionários:
        • Empresas com até 20 empregados: sem limite;
        • Empresas com um número de empregados entre 20 e 150: até 6 despedimentos por mês;
        • Empresas com mais de 150 empregados: até 5% dos efectivos ou 30 despedimentos por mês.
               

            • Redução das indemnizações por despedimento, que também poderão ser pagas bimensalmente;  

            • Pessoas jovens, com menos de 21 anos podem ser contratadas durante um ano recebendo 80% do salário mínimo (592€). O pagamento da segurança social também será apenas de 80% e findo o ano de contrato têm direito a ingressar nos centros de emprego;  

            • Pessoas com idades entre os 15 e os 18 anos podem ser contratadas por 70% do salário mínimo, o que dá 518€;  

            • Os empregados considerados redundantes não podem contestar o despedimento a menos que o empregador concorde;  

            • Empregados pela primeira vez, com menos de 25 anos, podem ser pagos abaixo do salário mínimo;  

            • Pessoas que auto empregadas com OAEE (sistema de seguro para empresários em nome individual), que por qualquer motivo não tenham trabalho, são cobertos pelo seguro durante até dois anos desde que:
              • Tenham trabalhado um mínimo de 600 dias, mais 120 por cada dia acima dos 30 anos até terem chegado aos 4500 dias ou 15 anos de trabalho;
              • Não estejam segurados por um seguro do sector público.
                     

                  • Liberalização das profissões ou sectores fechados (são aquelas profissões ou sectores que necessitam de autorizações do estado ou que estão altamente reguladas, tais como notários, farmácias, cirurgiões, etc). Esta medida não foi implementada dado que há processos a decorrer no Tribunal Europeio;  

                  • Cancelar o segundo pagamento de pagamentos de solidariedade (NT: não sei muito bem a que se referem estes pagamentos.);  

                  • Aumentar as contribuições para a segurança social em 3%, tanto para empregados como empregadores.


                      Pensões/Reformas

                      Notar que a reforma do sistema de pensões já tinha sido discutida muito antes da entrada do FMI, mas nunca tinha sido implementada. A Grécia tem uma percentagem desproporcionada de população idosa, cerca de 2.6 milhões e uma população activa na ordem dos 4.4 milhões, isto para uma população total de 11.2 milhões. Isto obriga o estado a contrair empréstimos para puder efectuar os pagamentos mensais.
                      A 8 de Julho aprovou um conjunto de princípios depois de terem sido efectuadas mais de 50 emendas à lei. As medidas mais importantes foram:

                      • Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas que recebam mais de 2 500€/mês brutos. Aqueles que ganhem menos de 2500€ vão receber 200€ pela Páscoa, 200€ pelo Verão e 400€ no Natal;  
                      • Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas com menos de 60 anos, excepto para aqueles que tenham o número mínimo de anos de contribuição, tenham menos dependentes ou estudantes com menos de 24 anos a viver na mesma casa;  
                      • Todas as pensões congeladas até 2013;  
                      • Calculo das pensões tendo em conta toda a carreira contributiva. Vai estar em vigor um sistema de transição até 2015;  
                      • Passagem da idade de reforma no sector público e privado para os 65 anos;  
                      • Ajustes da idade de reforma tendo em conta a esperança média de vida a partir de 2020;  
                      • As pessoas podem-se reformar a partir dos 60 anos com penalizações de 6% por cada anos, ou aos 65 anos com pensão completa depois de 40 anos de serviço. A partir de 2015 ninguém abaixo dos 60 se poderá reformar;  
                      • Os trabalhadores que tenham trabalhos de desgaste rápido podem reformar-se a partir dos 58 anos (antes era 55) a partir de 2011;  
                      • Desconto para um fundo de solidariedade social (LAFKA), a ser feito pelos pensionistas que ganhem mais de 1400€, a partir de 1 de Agosto de 2010:
                        • 1401 a 1700: 3%;
                        • 1701 a 2300: 5%;
                        • 2301 a 2900: 7%;
                        • 2901 a 3200: 8%;
                        • 3201 a 3500: 9%;
                        • Mais de 3500: 10%.
                             

                          • Aumento da idade de reforma para mães trabalhadoras:
                            • No sector privado: para 55 (era 50) em 2011, 60 em 2012 e 65 em 2013;
                            • No sector público: para 53 em 2011, 56 em 2012, 59 em 2013, 62 em 2014 e 65 em 2015;
                            • Com três filhos: 50 em 2011, 55 em 2012 e 60 em 2013.
                                   

                                • Retirada da pensão aos ex-empregados públicos que sejam apanhados a trabalhar e tenham menos de 55 anos; Corte em 70% se tiverem mais de 55 anos e se a pensão for mais de 850€/mês. A partir de 2011;  

                                • Limitar a transferência de pensão de pais para filhos segundo critérios de idade e rendimento, o que inclui o pagamento de 26 000 a filhas divorciadas ou solteiras de empregados bancários e empregados públicos. Se os filhos podem receber duas destas transferências, apenas receberão uma delas, a maior, a partir de 2011;  

                                • A pensão completa pode ser transferida para viúvas(os) se a data da morte ocorreu após cinco anos de casamento e o cônjuge vivo tem mais de 50 anos e se certos parâmetros de rendimentos são cumpridos. No entanto, durante os primeiros três anos após a morte os pagamentos serão retidos;  

                                • Estabelecimento de uma pensão mínima garantida de 360€;  

                                • As pensões não devem exceder 65% do rendimento auferido enquanto se trabalhava (anteriormente este número podia chegar aos 96% baseado nos últimos anos de trabalho e nos mais bem pagos);  

                                • Os que não pagaram segurança social podem receber a pensão mínima desde que tenham mais de 65 anos, não tenham rendimentos e que vivam há mais de 15 anos na Grécia;  

                                • Fusão dos 13 fundos de pensão Gregos até 2018. Os fundos dos trabalhadores por conta de outrem, agricultores, empresários em nome individual e trabalhadores do sector público, serão integrados na segurança social até 2013;  

                                • Reduzir o número de fundos que servem os advogados, engenheiros, jornalistas e médicos;  

                                • Reforma completa das condições de reforma dos militares e forças de segurança o que inclui aumentar a idade de reforma e a remoção de bónus especiais;


                                    Impostos

                                    • IVA: todas as taxas de IVA foram aumentadas 10%: 5 para 5.5%, 10% para 11% e 21 pra 23%;  
                                    • Imposto sobre tabaco, bebidas alcoólicas e combustíveis: imposto adicional de 10%;  
                                    • Imposto em automóveis de luxo (novos e usados): 10 a 40% baseado no valor em novo e no valor de mercado;  
                                    • Publicidade na TV: toda a publicidade na TV está sujeita a um imposto de 20% a partir de 2013;  
                                    • Imposto especial de 1% para aqueles que tenham um rendimento líquido de 100 000€ ou mais

                                  • domingo, 27 de março de 2011

                                    Jornal russo "Pravda.ru" escreve 4 páginas sobre Portugal

                                     



                                    Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal pelo Governo liberal de José Sócrates, um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.

                                     

                                    E não é porque eles serem portugueses.
                                     
                                    Vá ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos e
                                     você vai descobrir que doze por cento da população é português, o povo
                                     que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que
                                     controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa
                                     africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no
                                     Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da
                                     Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a chegar ao
                                     Japão... e Austrália.

                                     Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda

                                     dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA,
                                     mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório
                                     por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto
                                     com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no
                                     Partido Social Democrata e Partido Socialista, gangorras de má gestão
                                     política que têm assolado o país desde anos 80.

                                     O objectivo? Para reduzir o défice. Por quê?

                                     Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?
                                     Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia deixou-se a
                                     ser sugado é aquele em que a agências de Ratings, Fitch, Moody's e
                                     Standard and Poor's
                                    , baseadas nos estados unidos da América (onde
                                     havia de ser?) virtual fisicamente controlam as políticas fiscais,
                                     económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da
                                     atribuição das notações de crédito.

                                     Com amigos como estes organismos, e Bruxelas, quem precisa de

                                     inimigos? Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto
                                     forjado por uma França tremente e com medo, apavorada com a Alemanha
                                     depois que suas tropas invadiram seu território três vezes em setenta
                                     anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e
                                     por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de
                                     pesadelo de Hitler. França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os
                                     mercados para sua indústria.

                                     E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos por

                                     motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores"
                                     (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de qual país
                                     eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são
                                     Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.

                                     Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD

                                     (Partido Social Democrata, direita) e PS (Socialista, de centro), têm
                                     sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses
                                     pelo esgoto abaixo, destruindo sua agricultura (agricultores
                                     portugueses são pagos para não produzir) e sua indústria (desapareceu)
                                     e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas), a troco de quê?
                                     O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total
                                     de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza em uma base
                                     sustentável?

                                     Aníbal  Cavaco da Silva, agora presidente, mas primeiro-ministro durante

                                     uma década, entre 1985 e 1995, anos em que estavam despejando bilhões
                                     através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do
                                     desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores
                                     políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque ele éconsiderado
                                     "sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem vê é rei), como se isso
                                     fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é) e como se
                                     a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de
                                     sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice
                                     público em Portugal e o campeão de gastos públicos.
                                     
                                    A sua "política de betão" foi bem concebida, mas como sempre, mal
                                     planeada, o resultado de uma inepta, descoordenada e, às vezes
                                     inexistente localização no modelo governativo do departamento do
                                     Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses
                                     investidos que sugam o país e seu povo.
                                     
                                    Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção
                                     de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o
                                     transporte interno e fomentando a construção de parques industriais
                                     nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que
                                     assentava no litoral.

                                     O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para

                                     fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques
                                     industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas,
                                     em muitos casos já fecharam.

                                     Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou

                                     em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram
                                     encomendados Lamborghini. Maserati. Foram organizadas caçadas de
                                     javali em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O Governo e
                                     Aníbal Silva ficou a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o
                                     dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou
                                     a observar os membros do seu governo a perderem o controle e a
                                     participarem. Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu
                                     próprio partido político. E ele é um dos melhores.

                                     Depois de Aníbal Cavaco da Silva veio o bem-intencionado e humanitário, António

                                     Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um
                                     candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro
                                     em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo diplomata
                                     excelente, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora
                                     Presidente da Comissão da EU, "Eu vou ser primeiro-ministro, só que
                                     não sei quando") que criou mais problemas com seu discurso do que ele
                                     resolveu, passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD), que não tinha
                                     qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha.
                                     Resultando em dois mandatos de José Sócrates; um Ministro do Ambiente
                                     competente, que até formou um bom governo de maioria e tentou
                                     corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado
                                     por interesses instalados.

                                     Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este

                                     primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para
                                     enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise
                                     mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo
                                     foram buscar três triliões de dólares de um dia para o outro para
                                     salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi
                                     produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projectos
                                     de educação).

                                     E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria,

                                     demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus
                                     ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que
                                     obviamente serão contra-producentes. Pravda.Ru entrevistou 100
                                     funcionários, cujos salários vão ser reduzidos. Aqui estão os
                                     resultados:

                                     Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos

                                     (94%). Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu
                                     melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país
                                     (5%) Concordo com o sacrifício (1%) Um por cento. Quanto ao aumento
                                     dos impostos, a reacção imediata será que a economia encolhe ainda
                                     mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que
                                     multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afectará a
                                     criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado
                                     a intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no
                                     caso de Portugal, contínua) recessão. Não é preciso ser cientista de
                                     física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que
                                     sonhou com esses esquemas, tem resultados num pedaço de papel, onde
                                     eles vão ficar. É verdade, as medidas são um sinal claro para as
                                     agências de ratings que o Governo de Portugal está disposto a tomar
                                     medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português. Quanto ao
                                     futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um
                                     retorno para o PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de
                                     Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o
                                     eleitorado de suas ideias e propostas.

                                     Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de

                                     punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os
                                     interesses de Portugal no ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas,
                                     não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos.
                                     Esses traidores estão levando cada vez mais portugueses a questionarem
                                     se deveriam ter sido assimilados há séculos, pela Espanha. Que
                                     convidativo, o ditado português "Quem não está bem, que se mude".
                                     Certo, bem longe de Portugal, como todos os que possam, estão fazendo.
                                     Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário
                                     lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico, e uma classe
                                     política abominável

                                    sexta-feira, 18 de março de 2011

                                    Goldman Sachs recompra títulos que Buffett adquiriu em plena crise financeira

                                    Banco vai reter 2,8 dólares por acção aos lucros, no primeiro trimestre de 2011.
                                    O Goldman Sachs vai recomprar os 5 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros) de acções preferenciais adquiridas no pico da crise financeira de 2008pelo segundo norte-americano mais rico do mundo, Warren Buffett.

                                    Esta recompra implicará um custo único para o Goldman Sachs de 1,64 mil milhões de dólares (1,17 mil milhões de euros), o que significa reter 2,8 dólares (2 euros) por acção aos lucros do primeiro trimestre de 2011.

                                    Esta operação implicará também a redução adicional de quatro cêntimos por acção aos lucros do primeiro trimestre, uma vez que vai fazer acelerar o pagamento de 24 milhões de dólares (17,18 milhões de euros) dos dividendos dessas acções preferenciais, refere o banco.

                                    A Bloomberg avança, igualmente, que esta reaquisição de activos vai permitir que os executivos de topo do banco deixem de ser obrigados a reter 90% das suas acções do Goldman.

                                    O Goldman Sachs ainda não tinha concretizado este pagamento porque esperava a autorização da Reserva Federal para poder voltar a recomprar estes activos. Hoje, a entidade liderada por Ben Bernanke anunciou que alguns bancos vão poder aumentar os dividendos ou recomprar acções, depois da realização dos testes de stress.

                                    Em 2008, a aquisição das acções preferenciais no valor de 5 mil milhões de dólares por parte da Berkshire Hathaway, detida por Buffett, foi uma forma de evitar dificuldades após o colapso que se verificou em muitos bancos de investimento norte-americanos em 2008, como o Lehman Brothers. Essas acções garantiam um dividendo de 10%.

                                    Em Fevereiro passado, a companhia Swiss Reinsurance pagou igualmente o empréstimo que Warren Buffett concedeu à seguradora em 2009 na sequência da crise financeira. O valor era de 3 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros).

                                    quarta-feira, 2 de março de 2011

                                    Camara Municipal de Castro Daire

                                    -Mas afinal o que se passa na Camara Municipal de Castro Daire?
                                    -Passei pelas Termas do Carvalhal e reparei que as ruas vão ficar mais estreitas,porquê?
                                    -Aproximei-me das obras e para meu espanto deparei-me com o enterro de toneladas de granito cerrado que deve ter custado uma fortuna aos contribuintes,porquê?
                                    Será que se investissem primeiro nuns balneários modernos, maiores, com mais oferta de tratamentos, enfim com aquilo que a actualidade justifica, não seria mais prioritário do que enterrar granito e apertar ruas? Porquê esta prioridade?
                                    Porquê apertar ruas como fizeram na entrada da vila?
                                    Porquê enterrar toneladas de granito como fizeram na vila?
                                    Então mas o executivo não mudou?
                                    Se mudou deviam mudar as politicas do enterro de granito...
                                    Mas afinal quem anda a fornecer este granito todo?
                                    Então mas a camara não tem uma pedreira? Porque não o fornece?
                                    Vejam o que se passa nas outras termas com parcerias publico-privadas, aprendam, se não têm capacidade de as desenvolver deixem que alguem o faça por vós/nós.
                                    Há uma frase do Eça de Queiroz que diz:
                                    "OS POLÍTICOS E FRALDAS DEVEM SER
                                     TROCADOS COM FREQUÊNCIA PELO MESMO MOTIVO!!! "
                                    Eu diria um pouco diferente, aliás apenas tirava a palavra politicos e colocava certos executivos da Camara Minicipal de Castro Daire, pois parece-me que mandam mais do que o Presidente e nem são de cá, mas vieram para cá porque da terra deles já foram corridos...

                                    (continua)...

                                    sábado, 26 de fevereiro de 2011

                                    O CISNE NEGRO

                                    Visto da plateia o balé é perfeição. Einstein, por exemplo, dizia que os bailarinos são atletas de Deus. Já nos bastidores, nos camarins, nos ensaios, nos castings, o balé é um universo de uma disciplina muito além da militar, dos corpos e mentes levados ao limite, dos pés destruídos e deformados, das múltiplas contusões e distensões, da anorexia, da extrema competitividade, dos ódios e intriga. É um mundo operático. São essas duas facetas gémeas da dança que Aronofsky capta no seu último filme. Claro que o bailado escolhido é o ‘Lago dos Cisnes’, já que essa história versa sobre um cisne branco puro e um cisne negro traidor, habitualmente representados pela mesma bailarina.
                                    PAS-DE-DEUX
                                    Assim, ‘Cisne Negro’ tinha que ser o que é: um filme de encantamento-terror. Se assenta em alguns clichés, com uma companhia de bailado de repertório previsível, um director conquistador de "princesinhas" e corredores de rivalidades aguçadas, esta longa-metragem capta a dualidade da dança. ‘Nina’, a bailarina escolhida para tanto ser luz como trevas, uma verdadeira máquina de dançar, trava um pas-de-deux bélico com ela própria.
                                    Como cisne branco pode continuar a ser uma bailarina de uma caixa de música, exacta e neutra. Para advir cisne negro tem que resgatar a sua humanidade. Mas este paradoxo não é exclusivo do ‘Lago dos Cisnes’, atravessa toda a dança clássica. Rigor e exigência são mais absolutos do que em qualquer desporto de alta competição. Como se não bastasse, tudo tem que parecer leve, espontâneo, natural, como qualquer arte de representação. E assim, cada vez que executa mais uma pirueta, a estrela da companhia dá mais uma volta na sua própria espiral. Dá mais um passo para a vertigem do belo.
                                    O ‘Cisne Negro’ resulta porque dança sobre as cabeças dos espectadores, sobre alguns medos universais, como o de enlouquecer, o de desfiguramento ou o da perda de capacidades.
                                    Enquanto o cinema é ilusão de movimento, a dança faz do movimento uma arte. Mas poucos filmes a trataram com dignidade. As excepções que existem pressentem-se nesta longa-metragem, que tem a tragédia de ‘Red Shoes’ (Michael Powell) e o caleidoscópio exuberante das coreografias dos musicais de Bubsky Berkley.
                                    Aronofsky filma com minúcia espelhos e reflexos de reflexos. Movimentos e gestos. A câmara respira ofegante e levemente, sempre à procura do melhor ângulo, do melhor pormenor. Mas o ritmo da montagem evita o hipnotismo corpóreo da dança. Antes procura a trepidação dum ataque epilético. Trata-se de uma fita que caminha para a convulsão, tal como o estertor da bailarina no auge da carreira, exemplarmente interpretada por Natalie Portman que se confunde com a personagem, numa mutação "ao vivo".
                                    É só pena que ‘Cisne Negro’ seja um bom filme. Porque, como sabem todas as prima- bailarinas, o bom é inimigo do óptimo. 

                                    O nosso amigo Kadhafi

                                     
                                     

                                    Ditaduras de décadas jazem em semanas. Kadhafi, esbaforido, ameaça morrer a matar - mas está a cair.
                                    Nós, os da democracia, estamos maravilhados com o fim dos ditadores. Mas eles são também os assassinos a quem apertámos as mãos, não o pescoço. Democracia rima com economia - e ambas rimam com hipocrisia. Como será agora?

                                    Depois da Tunísia e do Egipto, a revolta segue na Líbia, que pode, aliás, fazer ricochete para o Egipto e para a Tunísia e que contaminará caminhos libertários noutros países. A Líbia está à beira do caos duradouro, receia-se que sangrento, até porque não é um país unificado.

                                    Os líderes ocidentais exibem a consternação dos grandes estadistas mas estão mais preocupados com o preço do petróleo do que com o do sangue. Sempre estiveram. Sim, o sangue também tem preço e já foi transaccionado. Por quem? Por esses ocidentais. Por nós. Com Kadhafi.

                                    José Sócrates foi apenas mais superlativo na falta de decoro quando recebeu Kadhafi como quem recebe o Papa e visitou, e mandou visitar, a Líbia para os festejos do ditador. Ainda na semana passada o embaixador português em Tripoli dizia a este jornal que o dia da raiva era "perfeita invenção. Não há semelhante coisa aqui!". Os amigos são para as ocasiões.

                                    Quem entronizou Kadhafi não foi Sócrates, foi a União Europeia, que não se inquietou em fazer negócios com gente que negoceia com o revólver poisado na mesa. O pavoroso massacre do Lockerbie, que matou 270 passageiros, teve um mandante identificado, que foi julgado pela Justiça britânica: Kadhafi. Esse assassínio foi trocado por petróleo. Por isso, ouvir Obama há dois dias dizer, jactante, que os direitos humanos não se negoceiam convoca a náusea.

                                    Esta democracia ocidental, esta Europa, estes Estados Unidos, vivem e prosperam com as ditaduras. O silêncio da UE nos últimos dias tem sido uma humilhação bastante audível. A mesma Itália que está em pânico com o êxodo que lhe vai desaguar nas margens domina interesses petrolíferos na Líbia, na nossa bem conhecida Eni. Que moral há em quem fecha os olhos ao genocídio no Darfur, quem tolera a calamidade humanitária no Sudão, quem suporta até a pirataria no Índico?! Petróleo por armas por sangue por consciência.

                                    O curso histórico a que estamos a assistir - que estamos a viver - é impressionante e imprevisível. África está a mudar de era e a mostrar que o mundo multipolar que se seguiu à bipolaridade EUA--URSS será uma estrela com mais pontas do que se supunha. Porque esta revolta, que se propaga imparavelmente pelas tecnologias e redes sociais, pode não ficar sequer pela região e descer para África subsahariana. Onde estão, aliás, outros ditadores com quem fazemos negócios.

                                    Foi no seu livro-quintessência "Os Sete Pilares da Sabedoria" que T.E. Lawrence (o "da Arábia") escreveu o excerto que se tornaria célebre: "Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham de noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis." Nós, que rejubilamos pelo que cai e receamos pelo que se levanta, o que queremos é sossego e petróleo barato. Ou será que, como eles, estamos dispostos a mudar - e ser também a revolta contra o negócio com assassinos, mesmo quando não somos nós os assassinados?

                                    sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

                                    Dívida: Merkel convida Sócrates para reunião

                                     

                                    Encontro surge numa altura em que 200 economistas alemães defendem bancarrota dos países sobreendividados


                                    O primeiro-ministro José Sócrates vai encontrar-se com Angela Merkel na próxima quarta-feira, dia 2 de Março, em Berlim, disse à Lusa fonte oficial.

                                    Para além da preparação das cimeiras europeias do próximo mês - o Conselho Europeu extraordinário de 11 de março e o Conselho Europeu de 24 e 25 de Março - estará em cima da mesa de discussão a forma como o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) ou o mecanismo que lhe suceder poderá ser utilizado para ajudar de forma mais efectiva os países em dificuldades com dívidas soberanas. Portugal está dentro deste grupo de países.

                                    O convite surge logo numa altura em que 200 economistas alemães defendem a bancarrota dos países sobreendividados e estão contra as soluções de Bruxelas.

                                    Entre as atribuições que o Governo português defende para o futuro mecanismo está o aumento da capacidade financeira para os 500 mil milhões de euros e a possibilidade de intervir nos mercados primário e secundário de dívida. Ou seja, a compra directa de dívida pública dos Estados quando é emitida e, depois, quando é negociada no mercado. Para além disso, preconiza também empréstimos directos aos Estados membros.

                                    As ideias de Portugal para a futura configuração do fundo foram expressas em vários momentos pelo ministro das Finanças mas nunca de forma tão sistematizada e directa como a que o governante utilizou quando criticou a «lentidão» europeia nesta área. «É muito importante a possibilidade de intervenção no mercado da dívida, quer no domínio do chamado mercado primário, quer mercado secundário, bem como a possibilidade de efectuar operações de empréstimo aos Estados-membros», disse Teixeira dos Santos a meio do mês.

                                    Relativamente aos empréstimos, o governante defendeu que haja «diferentes modalidades, desde empréstimos que possam estar enquadrados num programa como aqueles que estão agora a ser utilizados para a Grécia e para a Irlanda até pura e simplesmente a abertura de linhas de crédito, à semelhança por exemplo do que o Fundo Monetário Internacional (FMI) faz, só que neste caso seria um instrumento europeu e em condições de financiamento não sejam tão onerosas como aquelas que estão a ser praticadas actualmente».

                                    José Sócrates e Angela Merkel têm uma história já longa de trabalho em conjunto em momentos importantes para o projetco europeu, nomeadamente na resolução do Tratado de Lisboa durante a presidência portuguesa da União Europeia

                                    domingo, 20 de fevereiro de 2011

                                    Núcleo da Terra gira mais devagar do que se pensava

                                     

                                     
                                    Um grupo de geofísicos descobriu que o núcleo da Terra roda muito mais devagar do que se pensava afetando o nosso campo magnético, segundo um artigo publicado hoje na revista Nature Geoscience.
                                    Desenvolvido pelo Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Cambridge, o estudo refere que o núcleo da Terra gira muito mais lentamente do que se pensava e que na realidade a velocidade de rotação diminui um grau a cada milhão de anos.
                                    "Descobrimos que a velocidade de rotação provém da evolução da estrutura hemisférica e assim demonstramos que os hemisférios e a rotação são compatíveis", explicou Lauren Waszek, autor do estudo.
                                    Até agora, assinalou o geofísico da Universidade de Cambridge, este era um importante problema da geofísica "já que as rápidas velocidades de rotação eram incompatíveis com os hemisférios observados no núcleo interno".
                                    Para obter estes resultados, os cientistas utilizaram ondas sísmicas que atravessaram o núcleo interno do planeta, 5200 quilómetros abaixo da superfície da Terra, e compararam-nas com o tempo de viagem das ondas refletidas na superfície do núcleo.
                                    Depois observaram as diferenças na rotação dos hemisférios este e oeste e comprovaram que giram de maneira consistente em direção de este para o interior, pelo que a estrutura mais profunda é a mais velha.
                                    Estas descobertas são importantes porque o calor produzido durante a solidificação e o crescimento do núcleo interno dirige a convecção do fluido nas camadas externas do núcleo. Estes fluxos de calor dão origem aos campos magnéticos que protegem a superfície terrestre da radiação solar e sem os quais não haveria vida na Terra.
                                    Lauren Waszek disse que os resultados trazem uma perspetiva adicional para compreender a evolução do nosso campo magnético.

                                    SERÁ QUE JÁ É HORA DE TRABALHAR

                                     

                                    "Já passaram os bons meses para adaptação, já passou o pleno do Verão e suas festas, romarias e sessões solenes, será que agora já iremos ver este executivo a trabalhar ou vamos continuar a vê-los em grupo nas comerzanas e festas?!?!?!?!??!?!?!?!?
                                    As suas promessas Sr Presidente continuam ainda por cumprir, e deixe-me que lhe lembre uma que tanto o Sr falou mas que sempre soou a irrealidade, a loja do cidadão.........
                                    Tal como aqui mesmo neste blog se referiu era bem melhor e viável uma profissionalização dos serviços autárquicos, poderia sim inclusivé criar um balcão de atendimento multiserviços que lhe poderia garantir como em muitas outras autarquias alguns serviços da administração central. Mas parece que caíu em saco roto. Continuamos com serviços que não lembram a ninguém, e deixe-me dar o exemplo de um. A cobrança da água.
                                    Realmente nestes anos todos nunca tinha percebido bem o regular funcionamento deste serviço que pelo que parece é mesmo assim que está regulamentado, e pude apreciar nestas últimas férias em que me encontrava na minha residência.
                                    Em dia determinado ou seja lá como for, o cobrador passa pela residência e faz a contagem e posteriormente passa novamente e deixa o recibo, para quem trabalha, e pelos vistos somos cada vez menos, não está em casa para efectuar o pagamento........ mas sempre fica o aviso para poder fazer esse pagamento na própria autarquia. No entanto esse pagamento não pode ser feito quando o cliente e eleitor tenha disponibilidade, tem apenas 2 dias especificos, mencionados no recibo á mão, e entre as 9h00 e as 16h00, ora mais uma vez, para quem trabalha, e pelos vistos somos cada vez menos não é possivel fazer esse pagamento. Não caro leitor, não é possivel fazer pagamento numa payshop nem através de multibanco, e nem sequer através de transferência online. Pode sim optar por débito directo na conta com as suas nuances mas acima de tudo desvantagens.
                                    Ora o cliente, porque trabalha e não está em casa sentado no sofá, nem pode deslocar-se no seu horário de trabalho para pagar a água, recebe passado uns dias uma carta, oficio ou aliás notificação de falta de pagamento, em termos ameaçadores de corte de serviço senão fizer o pagamento em "X" dias mas este pagamento inclui já juros de mora.
                                    È este um exemplo dos serviços desta autarquia em pleno sec XXI............"
                                    o condado de castro daire

                                    quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

                                    IEFP: desempregados baixam pela 1ª vez em 28 meses

                                     

                                    13.623 ofertas de trabalho, mas só 4.327 pessoas foram colocadas

                                    O número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego do Continente e Regiões Autónomas caiu 0,5% em Janeiro deste ano, face ao homólogo de 2010, para 557.244 pessoas, revela o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) no relatório mensal. É a primeira queda após 27 meses consecutivos de subida.

                                    Na comparação com o último mês do ano passado, os dados não são tão positivos e revelam uma subida de 2,8%.

                                    A diminuição homóloga do desemprego verificou-se nos homens (-2,2%), enquanto o número de mulheres desempregadas aumentou (+0,9%). Por grupo etário, a evolução anual do desemprego também foi diferenciada: o número de jovens desempregados decresceu 9,9%, enquanto o número de adultos subiu um aumento de 0,9%.

                                    Por níveis de habilitação escolar, o 1º e 2º ciclos do ensino básico diminuíram o volume de desempregados, mas nos outros níveis de instrução verificou-se um agravamento do desemprego, principalmente no secundário (+5,8%) e superior (+4,5%).

                                    Desemprego de longa duração dispara 21%

                                    Quanto ao tempo de duração da procura de emprego, 57,9% dos desempregados inscritos, estavam registados há menos de um ano e 42,1% há um ano ou mais. O desemprego de longa duração disparou 21,2%.

                                    Por regiões, as quedas fizeram-se sentir a Norte (-1,1%), Centro (-5,1%) e no Alentejo (-3,8%). Nas restantes regiões o desemprego aumentou, destacando-se a Região Autónoma da Madeira com o aumento mais acentuado (+13,8%). Face ao mês anterior, o desemprego aumentou em todas as regiões do País.

                                    Quanto às profissões dos desempregados, os dados do Continente confirmam a elevada representatividade dos trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio (67.548), do pessoal dos serviços de protecção e segurança (66.628), dos empregados de escritório (55.581), dos trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústrias transformadoras (48.080) e dos operários e trabalhadores similares da indústria extractiva e construção civil (46.142). Estes cinco grupos profissionais expressavam, no seu conjunto, 53,1% do total de desempregados inscritos no final do mês em análise.

                                    Quais as profissões com menos desemprego?

                                    Os grupos profissionais brindados com uma diminuição do número de desempregados foram os operadores de máquinas e trabalhadores da montagem (-13,5%), outros operários, artífices e trabalhadores similares (-9,7%) e trabalhadores da metalurgia, metalomecânica e similares, (-9,3).

                                    Pelo contrário, há mais inscritos entre os docentes do ensino secundário, superior e profissões similares e os profissionais de nível intermédio do ensino com, respectivamente, +39,6% e +36,4%.

                                    Considerando a actividade económica de origem do desemprego, dos 494.641 desempregados que no final do mês se encontravam inscritos como candidatos a novo emprego, nos Centros de Emprego do Continente, 59,8% eram oriundos de actividades dos serviços, 36,2% da indústria e 3,7% do sector agrícola.

                                    Há 13.600 vagas para preencher

                                    Só durante o mês de Janeiro inscreveram-se 63.269 trabalhadores desempregados, dos quais 38,9% alegavam fim de trabalho não permanente e 18,4% foram despedidos.

                                    Os centros de emprego tinham 13.623 ofertas de emprego por preencher, das quais 8.739 chegaram precisamente no primeiro mês do ano. As restantes, já vinham de trás e ainda não tinham sido preenchidas.

                                    A maioria das ofertas de vagas vem das actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio, do comércio por grosso e a retalho, do alojamento, restauração e similares, da construção e da indústria do vestuário.

                                    Os centros de emprego conseguiram colocar 4.327 pessoas, mais de metade em apenas quatro grupos profissionais: pessoal dos serviços, protecção e segurança, outros operários, artífices e trabalhadores similares, trabalhadores não qualificados das minas, construção
                                    civil e indústria transformadora e trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio.