domingo, 23 de janeiro de 2011

NOSTRADAMUS

Conselheiro de três reis da França - Henrique II, Francisco II e Carlos IX - e homem de
confiança da Rainha Catarina de Médicis, Michel de Nostredame, mais conhecido como
Nostradamus, foi certamente uma figura excepcional. Formou-se em Medicina, mas
dedicou muito de seu tempo à astrologia, à alquimia, à teologia e à literatura. Nasceu na
cidade de Saint-Rémy, na França em 14/12/1503.
Ainda bem jovem, depois de aprender latim, grego, hebraico, matemática e astrologia com
seu avô materno, Michel matriculou-se na Escola de Medicina da Universidade de
Montpellier. Em 1525, com 22 anos, começa sua carreira de médico, fica quatro anos em
Bordeaux onde combate uma epidemia de peste em condições muito precárias. Fixa-se
depois em Agen, onde se casa e tem dois filhos. Mas a peste não respeita ninguém, e é
assim que Nostradamus fica sem família. Passa algum tempo viajando pela Itália e depois
volta para Provença, sua cidade natal, para descansar e recuperar-se. Lá Combate a peste de
1546. Sua parada seguinte foi a cidade de Salon-de-Craux, onde se casa novamente com
uma viuva, Ana Gemella, e tem seis filhos. O primeiro deles é Cesar, ao qual mais tarde
dedicaria as primeiras Centúrias. É nessa época que começa a escrever sua Centurias e
outras mensagens proféticas - mas, receoso de incorrer em desagrado e perseguições,
prefere adiar sua publicação. Seu desejo de vê-las conhecidas, porém, é mais forte. Manda-
as então para impressão e, em breve tempo, suas profecias se tornam famosas. O rei
Henrique II da França convida-o a fazer parte de seus conselheiros em 1556. Com a morte
de Henrique II em 1559 (prevista na Centúria I-35) continua como conselheiro de Francisco
II e depois com Carlos IX.
É o período em que a estrela de Nostradamus brilha com mais força. Sua fama de médico e
adivinho ultrapassa as fronteiras da França; de todos os cantos da Europa chegam
celebridades para conversar com ele. A saúde de Nostradamus, entretanto, não acompanha
todo esse brilho. Já havia alguns anos ele sofria de artrite e gota. Em meados de 1566, sofre
um forte ataque de hidropisia (acúmulo de líquido nos tecidos). No dia 1º de julho chama
um criado e pede-lhe para arrumar o quarto, "pois não estaria mais vivo ao alvorecer do dia
seguinte". E assim foi.
Nostradamus morreu em 02 de julho de 1566, sendo sepultado de pé (para que ninguém
pisasse nos seus ossos) numa das paredes da igreja dos Cordeliers, em Salon. Alguns anos
antes ele fizera uma profecia que o tocava de forma particular: a sua própria morte. Foi
enterrado rigorosamente de acordo com os preparativos que ele próprio organizou. Junto a
seu corpo pediu que fosse colocada secretamente uma placa de metal com uma determinada
data. Uma das lendas sobre Nostradamus dizia que todo aquele que bebesse utilizando a
caveira de Nostradamus como se fosse um copo conquistaria a capacidade de também
predizer o futuro. Porém essa mesma lenda dizia que essa conquista duraria poucos
segundos, pois seu autor, em seguida, tombaria fulminado pela morte. Em maio de 1791,
durante a Revolução francesa, o túmulo de Nostradamus foi aberto por soldados
bêbados.Ao abrirem o caixão ficaram espantados com a placa que lá estava, que dizia:
"maio, 1791". Um dos soldados desafiou a lenda e tomou vinho no crânio de Nostradamus,
e foi atingido por uma bala perdida, morrendo instantaneamente. Seus restos foram então
reenterrados em outra igreja de Salon, a igreja de São Lourenço, onde permanecem até
hoje.
As centurias de Nostradamus foram escritas em linguagem bastante hermética. Ele
conhecia com perfeição as línguas clássicas. Utilizou esses conhecimentos para apresentar
suas mensagens proféticas de forma acessível a poucas pessoas. Lançou mão também de
alguns truques - como a inversão de letras, sua substituição por outras, anagramas e
alcunhas - dificultando o entendimento de sua obra pelos estudiosos. No total as Centúrias
são doze, três delas estão incompletas, as de número 7, 11 e 12. Às Centúrias devem ser
acrescentados os Presságios, escritos entre 1550 e 1566 e as outras profecias, encontradas
parte em cartas enviadas aos reis e outras personalidades com as quais Nostradamus tinha
contato.

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