sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Habitantes de Alva tinham medo do suspeito de atear fogo de Castro Daire

 

Os habitantes de Alva tinham receio que o suspeito de ter ateado o incêndio que lavrou vários dias em Castro Daire "se lembrasse de voltar a pôr fogo", uma desconfiança não partilhada pela família que defende a sua inocência.
Na aldeia de Alva, as pessoas dizem ter passado a respirar de alívio depois de saberem que a Polícia Judiciária deteve o homem que terá ateado o incêndio que durante dias consumiu dezenas de hectares no concelho de Castro Daire.
O homem, de 32 anos, pedreiro de profissão, já tem antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, tendo sido detido em 2005 pela PJ, e também por furto e condução sob o efeito de álcool.
Actualmente, estava a cumprir penas de prisão em regime de dias livres.
Marco Oliveira, filho do proprietário de um dos cafés da aldeia, contou à Lusa que "nunca ninguém o apanhou a deitar um fogo, mas toda a gente desconfiava e tinha medo dele".
A fonte referiu ainda que há uns anos, o presumível autor do incêndio teve mesmo de fugir para não ser apanhado pela população.
"As pessoas andaram atrás dele depois do fogo que houve em Souto de Alva e que deixou um casal ferido num aviário", informou.
No café da aldeia, a detenção do homem de 32 anos era tema de conversa de quem por lá passava.
Uma mulher, que preferiu não ser identificada, alega que "ninguém reza bem daquele rapaz".
Uma opinião partilhada por mais dois jovens da freguesia, que defendem que toda a gente desconfiava dele, temendo "mais um incêndio sempre que ele passava".
"As pessoas iam logo atrás ver se ardia alguma coisa", sublinharam.
Por seu lado, as vizinhas do suspeito defendem que se trata "de um rapaz muito bem-educado e pacato".
"Sabemos que ele vive com uma rapariga de Braga, com quem tem uma criança, mas não é de armar brigas", descreveu Idalina Rocha.
Adelino Cardoso, irmão do presumível autor do incêndio, explicou que a família continua a acreditar na sua inocência.
"Não acreditamos que fosse ele. Nem desta, nem da outra vez", garantiu.
A fonte revelou que se trata de "uma pessoa calma, que sempre saiu pouco à noite".
Disse ainda que, durante a semana, o seu irmão trabalhava na construção civil, em Mões, e que ao fim de semana recolhia ao Estabelecimento Prisional de Lamego, onde se encontrava a cumprir pena pelo crime de fogo posto.
O presumível autor do incêndio foi presente ao tribunal de Castro Daire ao início da tarde de hoje, onde continua a ser ouvido em primeiro interrogatório judicial.

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