segunda-feira, 11 de julho de 2011

Desempregados: quantos correm risco de pobreza?

 

Eram mais de 36% em 2009. E taxa de desemprego só tem vindo a aumentar. Sem ajudas do Estado, seria muito pior


O tempo passa, mas o risco de pobreza mantém-se em Portugal e, se olharmos apenas para a população desempregada, as estatísticas podem assustar. São 36,4% as pessoas sem trabalho que se encontram neste «limbo».

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística - relativos a 2009 e divulgados esta segunda-feira - mostram que os portugueses que correm o risco de entrar no buraco da pobreza são 17,9% da população total.

Sem as ajudas do Estado, a percentagem subiria para os 43,4%. «O impacto das transferências sociais (excluindo pensões) na redução da taxa de pobreza registou um aumento significativo em 2009», aponta o INE.

Desemprego histórico pode pesar ainda mais

Os indicadores não sofrem grandes variações em relação a 2008, mas no que toca aos desempregados dão que pensar. É que se em 2009 eram mais de 36% os que corriam risco de pobreza, de lá para cá o desemprego só tem vindo a aumentar. A taxa já vai nos históricos 12,6%.

Não será de admirar, por isso, que a percentagem se tenha agravado entre 2010 e 2011, até porque o Estado tem vindo a apertar o cerco ao acesso a algumas prestações sociais.

Se há dois anos, «o contributo das transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social, reduziu em 8,5 pontos percentuais a proporção da população em risco de pobreza», agora as restrições são muitas.

Risco também paira sobre população empregada

Mesmo entre a população empregada o risco de pobreza existe - era de 9,7% em 2009, ainda assim menos do que no ano anterior (10,3%); entre os reformados sobe para os 18,5% (em 2008 estava nos 17,4%).

Nos jovens com menos de 18 anos, a taxa de risco era de 22,4%, menos meio ponto percentual. Por sexos, tudo na mesma: entre as mulheres 18,4% e entre os homens 17,3%.

Nas famílias sem crianças, o risco baixou de 17,9% para 16,5%. Nas famílias com filhos a melhoria deu-se dos 19,9% para os 19,1%, «todavia ultrapassando em 1,2 pontos percentuais o valor registado para o total da população residente».

Já entre a população idosa, mais de um quinto vivia em risco de pobreza em 2009. Estamos a falar de 21% dos idosos, quase mais 1% do que em 2008.

A taxa de intensidade da pobreza em Portugal que, como explica o INE, «mede a diferença entre o valor do limiar de pobreza e o rendimento monetário mediano dos indivíduos em risco de pobreza» era de 22,7% (23,6 em 2008).

Há a destacar ainda que os ricos ainda ganham muito mais do que os pobres, mas as desigualdades têm vindo a diminuir. «O rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com maiores recursos correspondia a 5,6 vezes o rendimento dos 20% da população com mais baixos recursos».

o nosso mundo

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nao deixa de ser curioso os locais de onde nos visitam

terça-feira, 5 de abril de 2011

afinal salazar ...

Exmo. Senhor Ricardo Pereira,

Li ontem, com toda a atenção, o artigo que escreveu na última edição da "Visão". Versa o excelso artigo produzido sobre o tema que agora está na moda: Quais os Portugueses que mais se evidenciaram ao longo da nossa história. Ensaia V. Exa. ao longo do mesmo artigo um conjunto de afirmações sobre Oliveira Salazar: Começa por afirmar a sua admiração pela sua inclusão na famosa "Lista", compara-o a Adolfo Hitler e termina, afirmando, que se Salazar ganhasse o concurso seria a primeira vez que teria ganho umas eleições democraticamente.
Perante o estilo leviano do artigo e a piadinha fácil, não me surpreende a comparação com A. Hitler. Surpreende-me, isso sim, que se tenha esquecido do óbvio. O tal Adolfo foi eleito democraticamente na Alemanha. E democraticamente eleito conquistou quase toda a Europa e democraticamente eleito ordenou o holocausto. Numa guerra onde morreram milhões e milhões de Europeus. Conclusão óbvia: As eleições, mesmo as "democráticas" valem o que valem. Nesta guerra não morreram Portugueses em combate.
Sabe o Exmo. Senhor a quem deve tal feito: Pois é! Ao tal que não foi democraticamente eleito.
·         Sabe o Exmo. Senhor os esforços diplomáticos que foram feitos para evitar a entrada de Portugal na Guerra?
·         Sabe quem gizou diariamente a estratégia? Sabe os riscos que corremos? As pressões que sofremos?
·         Estimará quantos mortos morreriam se tivéssemos entrado briosamente no conflito? Muitos de nós hoje não estariamos cá, pois os nossos pais ou avós teriam certamente tombado em combate!
·         Sabe o estado em que Salazar herdou o país após a espantosa 1ª República, que é tanto admirada pela família Soares? Eleita democraticamente claro está!
·         Sabe a que estado de miséria chegou o povo que em 1928 abominava os partidos políticos, os quais os considerava os criminosos responsáveis pelo estado de ruína a que o país se encontrava.
·         Sabe quem delineou, pela primeira vez, a viragem para a actual U.E.?
Pois é: O tal que não foi democraticamente eleito. Vá verificar, caro amigo. Leia.  Sabe quem nunca fez obra? O que mandou construir a Ponte sobre o Tejo, a barragem de Castelo de Bode, o Aeroporto da Portela. Sabe quem nunca abandonou 1 milhão de Portugueses nas ex-colónias à sua sorte/morte? Pois é, pois é. Fácil foi fazer como se fez a seguir ao 25 de Abril. Fugir é sempre fácil. Além de ser próprio dos fracos. Sabe quem morreu na miséria, tendo servido a causa pública sem receber uma atenção, uma recompensa, um prémio, uma benesse, uma jóia, um diamante? Sabe quem foi íntegro no exercício do poder? Pois é, pois é. Se V. Exa. tem dúvida que Salazar ganharia todas as eleições durante o período que esteve no poder, está muitíssimo mal informado. Leia. Estude sobre a época. Que era alérgico a elas. Sem dúvida. E com razão, a meu ver. Estude a 1ª República. Os governos que se sucederam. O desgoverno que se atingiu. Vem daí a alergia. E quanto à censura: Pois. E a informação que temos hoje? Eu prefiro a censura. Evitaria ter de ler, por exemplo, o que tão infantilmente escreveu. Numa palavra: Não escreva sobre o que não sabe. E ainda tem uma surpresa. Num país infestado pela corrupção, pela mediocridade e pela ambição desmedida pelo poder na busca da corrupção, eu voto no Salazar. E não serei o único. Garanto-lhe.
Cumprimentos do,
Pedro Mota
PS: Não tenho 100 anos. Tenho 43. Não vivi no tempo da "maldita" Ditadura. Ao invés, li e estudei muito sobre ela. Não me atrevo a sugerir tal. A ignorância neste país é desmedida. Não fuja, pois, à regra.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O 'GRANDE' MÁRIO SOARES !!!

(artigo de uma jornalista de esquerda!) Clara Ferreira Alves, no Expresso

Tudo o que aqui relato é verdade. Se quiserem, podem processar-me. Eis
parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez que
ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana,
para a voz da rua.
A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira
politica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom
par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.
A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu o
processo de descolonização.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos
financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.
A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua
experiència governativa.
A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como
Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.
A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers"..
A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois
de tão fantástico desempenho no cargo.
A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha
Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e
vencer as eleições presidenciais.
A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um
grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um
conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas
internacionais.
A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua
segunda campanha presidencial.
A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos
Melancia, um dos homens da Emaudio.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso
Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma
Fundação na sua fase pós-presidencial.
A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos
Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse
mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" com
Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre
acidente de avião na Jamba (avião esse transportando de diamantes, no
dizer do então Ministro da Comunicação Social de Angola).
A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar
57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França -
21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil
quilómetros).
A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de
grande importância estratégica para Portugal, aproveitando para dar
uma voltinha de tartaruga.
A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a
Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes
oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.
A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte
blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da
Republica.
A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de
vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo
Grande.
A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica,
constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado,
que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única
função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os
mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.
A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação
violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a
nulidade da licença de obras.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas
construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal
fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer
convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.
A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos
anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de
quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um
auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara
de Lisboa.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção
anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador
e Presidente.
A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse
um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República,
na... Fundação Mário Soares.
A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares
receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.
A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade
da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente
era... João Soares.
A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o
director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação
jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.
A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento
Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole
Fontaine.
A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior do
guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.
A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre,
para concorrer às eleições presidenciais mais uma vez.
A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.
A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira
na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir,
logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no
filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.
No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um
punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai.
Vai.... e não volta mais

quarta-feira, 30 de março de 2011

Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão

 

por Joana Azevedo Viana, Publicado em 26 de Março de 2011   
Nem o frio pára o povo: duas revoluções pacíficas já levaram a grandes mudanças
Nem o frio pára o povo: duas revoluções pacíficas já levaram a grandes mudanças
céu guarda/kameraphoto
    Os protestos populares, quando surgem, são para ser levados até ao fim. Quem o mostra são os islandeses, cuja acção popular sem precedentes levou à queda do governo conservador, à pressão por alterações à Constituição (já encaminhadas) e à ida às urnas em massa para chumbar o resgate dos bancos.

    Desde a eclosão da crise, em 2008, os países europeus tentam desesperadamente encontrar soluções económicas para sair da recessão. A nacionalização de bancos privados que abriram bancarrota assim que os grandes bancos privados de investimento nos EUA (como o Lehman Brothers) entraram em colapso é um sonho que muitos europeus não se atrevem a ter. A Islândia não só o teve como o levou mais longe.

    Assim que a banca entrou em incumprimento, o governo islandês decidiu nacionalizar os seus três bancos privados - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Mas nem isto impediu que o país caísse na recessão. A Islândia foi à falência e o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em acção, injectando 2,1 mil milhões de dólares no país, com um acrescento de 2,5 mil milhões de dólares pelos países nórdicos. O povo revoltou-se e saiu à rua.

    Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.

    Durante esse ano, a economia manteve-se em situação precária, fechando o ano com uma queda de 7%. Porém, no terceiro trimestre de 2010 o país saiu da recessão - com o PIB real a registar, entre Julho e Setembro, um crescimento de 1,2%, comparado com o trimestre anterior. Mas os problemas continuaram.


    Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.

    Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.

    Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto (até agora).

    Na semana passada, a Interpol abriu uma caça a Sigurdur Einarsson, ex-presidente-executivo do Kaupthing. Einarsson é suspeito de fraude e de falsificação de documentos e, segundo a imprensa islandesa, terá dito ao procurador-geral do país que está disposto a regressar à Islândia para ajudar nas investigações se lhe for prometido que não é preso.

    Para as mudanças constitucionais, outra vitória popular: a coligação aceitou criar uma assembleia de 25 islandeses sem filiação partidária, eleitos entre 500 advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais, etc. A nova Constituição será inspirada na da Dinamarca e, entre outras coisas, incluirá um novo projecto de lei, o Initiative Media - que visa tornar o país porto seguro para jornalistas de investigação e de fontes e criar, entre outras coisas, provedores de internet. É a lição número 4 ao mundo, de uma lista que não parece dar tréguas: é que toda a revolução islandesa está a passar despercebida nos media internacionais, pois não interessa aos grandes banqueiros internacionais, que são de facto os únicos interessados na falência do povo, ganhando ainda mais fortuna com os gigantescos juros do dinheiro que vão injectando nas democracias falidas

    AS VERDADES OCULTAS EM PORTUGAL

    Portugal visto de Espanha. 
        LISBOA, 21 sep (IPS) - Indicadores económicos y sociales periódicamente divulgados por la Unión Europea (UE) colocan a Portugal en niveles de pobreza e injusticia social inadmisibles para un país que integra desde 1986 el 'club de los ricos' del continente.
        Pero el golpe de gracia lo dio la evaluación de la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE): en los próximos años Portugal se distanciará aún más de los países avanzados.
        La productividad más baja de la UE , la escasa innovación y vitalidad del sector empresarial, educación y formación profesional deficientes, mal uso de fondos públicos, con gastos excesivos y resultados magros son los datos señalados por el informe anual sobre Portugal de la OCDE , que reúne a 30 países industriales.
        A diferencia de España, Grecia e Irlanda (que hicieron también parte del 'grupo de los pobres' de la UE ), Portugal no supo aprovechar para su desarrollo los cuantiosos fondos comunitarios que fluyeron sin cesar desde Bruselas durante casi dos décadas, coinciden analistas políticos y económicos.    En 1986, Madrid y Lisboa ingresaron a la entonces Comunidad Económica Europea con índices similares de desarrollo relativo, y sólo una década atrás, Portugal ocupaba un lugar superior al de Grecia e Irlanda en el ranking de la UE.. Pero en 2001, fue cómodamente superado por esos dos países, mientras España ya se ubica a poca distancia del promedio del bloque.
       
    'La convergencia de la economía portuguesa con las más avanzadas de la OCDE pareció detenerse en los últimos años, dejando una brecha significativa en los ingresos por persona', afirma la organización..
        En el sector privado, 'los bienes de capital no siempre se utilizan o se ubican con eficacia y las nuevas tecnologías no son rápidamente adoptadas', afirma la OCDE.
        'La fuerza laboral portuguesa cuenta con menos educación formal que los trabajadores de otros países de la UE , inclusive los de los nuevos miembros de Europa central y oriental', señala el documento.
        Todos los análisis sobre las cifras invertidas coinciden en que el problema central no está en los montos, sino en los métodos para distribuirlos. Portugal gasta más que la gran mayoría de los países de la UE en remuneración de empleados públicos respecto de su producto interno bruto, pero no logra mejorar significativamente la calidad y eficiencia de los
    servicios. Con más profesores por cantidad de alumnos que la mayor parte de los miembros de la OCDE , tampoco consigue dar una educación y formación profesional competitivas con el resto de los países industrializados.    En los últimos 18 años, Portugal fue el país que recibió más beneficios por habitante en asistencia comunitaria. Sin embargo, tras nueve años de acercarse a los niveles de la UE , en 1995 comenzó a caer y las perspectivas hoy indican mayor distancia.
        Dónde fueron a parar los fondos comunitarios?, es la pregunta insistente en debates televisados y en columnas de opinión de los principales periódicos del país. La respuesta más frecuente es que el dinero engordó la billetera de quienes ya tenían más.    Los números indican que Portugal es el país de la UE con mayor desigualdad social y con los salarios mínimos y medios más bajos del bloque, al menos hasta el 1 de mayo, cuando éste se amplió de 15 a 25 naciones.
        También es el país del bloque en el que los administradores de empresas públicas tienen los sueldos más altos. El argumento más frecuente de los ejecutivos indica que 'el mercado decide los salarios'. Consultado por IPS, el ex ministro de Obras Públicas (1995-2002) y actual diputado socialistaJoão Cravinho desmintió esta teoría. 'Son los propios administradores quienes fijan sus salarios, cargando las culpas al mercado', dijo.
        En las empresas privadas con participación estatal o en las estatales con accionistas minoritarios privados, 'los ejecutivos fijan sus sueldos astronómicos (algunos llegan a los 90.000 dólares mensuales, incluyendo bonos y regalías) con la complicidad de los accionistas de referencia', explicó Cravinho. Estos mismos grandes accionistas, 'son a la vez altos ejecutivos, y todo este sistema, en el fondo, es en desmedro del pequeño accionista, que ve como una gruesa tajada de los lucros va a parar a cuentas bancarias de los directivos', lamentó el ex ministro.
        La crisis económica que estancó el crecimiento portugués en los últimos dos años 'está siendo pagada por las clases menos favorecidas', dijo. Esta situación de desigualdad aflora cada día con los ejemplos más variados. El último es el de la crisis del sector automotriz. Los comerciantes se quejan de una caída de casi 20 por ciento en las ventas de automóviles de baja cilindrada, con precios de entre 15.000 y 20.000 dólares. Pero los representantes de marcas de lujo como Ferrari, Porsche, Lamborghini, Maserati y Lotus (vehículos que valen más de 200.000 dólares), lamentan no dar abasto a todos los pedidos, ante un aumento de 36 por ciento en la demanda. Estudios sobre la tradicional industria textil lusa, que fue una de las más modernas y de más calidad del mundo, demuestran su estancamiento, pues sus empresarios no realizaron los necesarios ajustes para actualizarla. Pero la zona norte donde se concentra el sector textil,tiene más autos Ferrari por metro cuadrado que Italia.    Un ejecutivo español de la informática, Javier Felipe, dijo a IPS que según su experiencia con empresarios portugueses, éstos 'están más interesados en la imagen que proyectan que en el resultado de su trabajo'. Para muchos 'es más importante el automóvil que conducen, el tipo de tarjeta de crédito que pueden lucir al pagar una cuenta o el modelo del teléfono celular, que la eficiencia de su gestión', dijo Felipe, aclarando que hay excepciones. Todo esto va modelando una mentalidad que, a fin de cuentas, afecta al desarrollo de un país', opinó.
        La evasión fiscal impune es otro aspecto que ha castrado inversiones del sector público con potenciales efectos positivos en la superación de la crisis económica y el desempleo, que este año llegó a 7,3 por ciento de la población económicamente activa. Los únicos contribuyentes a cabalidad de las arcas del Estado son los trabajadores contratados, que descuentan en la fuente laboral. En los últimos dos años, el gobierno decidió cargar la mano fiscal sobre esas cabezas, manteniendo situaciones 'obscenas' y 'escandalosas', según el
    economista y comentarista de televisión Antonio Pérez Metello. 'En lugar de anunciar progresos en la recuperación de los impuestos de aquellos que continúan riéndose en la cara del fisco, el gobierno (conservador) decide sacar una tajada aun mayor de esos que ya pagan lo que es debido, y deja incólume la nebulosa de los fugitivos fiscales, sin coherencia ideológica, sin visión de futuro', criticó Metello. La prueba está explicada en una columna de opinión de José Vitor Malheiros, aparecida este martes en el diario Público de Lisboa, que fustiga la falta de honestidad en la declaración de impuestos de los lamados profesionales liberales. Según esos documentos entregados al fisco, médicos y dentistas declararons), los arquitectos de ingresos anuales promedio de 17.680 euros (21.750 dólares), los abogados de 10.864 (13.365 dólares 9.277 (11.410 dólares) y los ingenieros de 8.382 (10.310 dólares).
    Estos números indican que por cada seis euros que pagan al fisco, 'le roban nueve a la comunidad', pues estos profesionales no dependientes deberían contribuir con 15 por ciento del total del impuesto al ingreso por trabajo singular y sólo tributan seis por ciento, dijo Malheiros. Con la devolución de impuestos al cerrar un ejercicio fiscal, éstos 'roban más de lo que pagan, como si un carnicero nos vendiese 400 gramos de bife y nos hiciese pagar un kilogramo, y existen 180.000 de estos profesionales liberales que, en promedio, nos roban 600 gramos por kilo', comentó con sarcasmo. Si un país 'permite que un profesional liberal con dos casas y dos automóviles de lujo declare ingresos de 600 euros (738 dólares) por mes, año tras año, sin ser cuestionado en lo más mínimo por el fisco, y encima recibe un subsidio del Estado para ayudar a pagar el colegio privado de sus hijos, significa que el sistema no tiene ninguna moralidad', sentenció.

    O FMI na Grécia

     

    Mas muito disto já nós temos e pior !  !
    Venha de lá o tal FMI, em força e depressa
    Vejo é muito menino com  mêdo ( terror) que alguém vá vasculhar as contas do Estado ....
    Sim, uma entidade externa a verificar as contas do Estado é coisa que traz muita gente em pânico
    Quanto mais tarde pior !!!!
     

    Na Grécia, o FMI deu nisto. Com as devidas proporções preparem-se para o que nos vai sair na rifa.

    Sector Público

    • Corte do subsídio de férias e natal para todos os empregados públicos que ganhem mais de 3000€/mês brutos. Quem ganhar menos de 3000€ vai receber 250€ pela Páscoa, 250€ no Verão e 500€ no Natal;  
    • Reduzir os subsídios de 8 a 20% no sector público estado e 3% nas empresas públicas  
    • Uniformizar todos os salários pagos pelo estado;  
    • Congelar todos os salários do sector público até 2014.


    Sector Privado

    • Chegou-se a um acordo colectivo, assinado em 15 de Julho, pelo qual os empregados do sector privado na Grécia continuam a receber o seu salário anual em 14 pagamentos (chegou a ser sugerido passar para 12 pagamentos). Não houve aumentos em 2010 e prevê-se aumentos de 1.5 a 1.7% para 2011 e 2012 – muito abaixo da inflação actual que ronda os 5.6%.  
    • Imposição de um imposto aplicado uma única vez às empresas que tenham tido mais de 100 000€ de lucro em 2009:
      • 100 000 a 300 000: 4%;
      • 300 001 a 1 000 000: 6%;
      • 1 000 001 a 5 000 000: 8%;
      • Mais de 5 000 000: 10%.

      • Alargar os limites pelos quais os empregadores podem despedir funcionários:
        • Empresas com até 20 empregados: sem limite;
        • Empresas com um número de empregados entre 20 e 150: até 6 despedimentos por mês;
        • Empresas com mais de 150 empregados: até 5% dos efectivos ou 30 despedimentos por mês.
               

            • Redução das indemnizações por despedimento, que também poderão ser pagas bimensalmente;  

            • Pessoas jovens, com menos de 21 anos podem ser contratadas durante um ano recebendo 80% do salário mínimo (592€). O pagamento da segurança social também será apenas de 80% e findo o ano de contrato têm direito a ingressar nos centros de emprego;  

            • Pessoas com idades entre os 15 e os 18 anos podem ser contratadas por 70% do salário mínimo, o que dá 518€;  

            • Os empregados considerados redundantes não podem contestar o despedimento a menos que o empregador concorde;  

            • Empregados pela primeira vez, com menos de 25 anos, podem ser pagos abaixo do salário mínimo;  

            • Pessoas que auto empregadas com OAEE (sistema de seguro para empresários em nome individual), que por qualquer motivo não tenham trabalho, são cobertos pelo seguro durante até dois anos desde que:
              • Tenham trabalhado um mínimo de 600 dias, mais 120 por cada dia acima dos 30 anos até terem chegado aos 4500 dias ou 15 anos de trabalho;
              • Não estejam segurados por um seguro do sector público.
                     

                  • Liberalização das profissões ou sectores fechados (são aquelas profissões ou sectores que necessitam de autorizações do estado ou que estão altamente reguladas, tais como notários, farmácias, cirurgiões, etc). Esta medida não foi implementada dado que há processos a decorrer no Tribunal Europeio;  

                  • Cancelar o segundo pagamento de pagamentos de solidariedade (NT: não sei muito bem a que se referem estes pagamentos.);  

                  • Aumentar as contribuições para a segurança social em 3%, tanto para empregados como empregadores.


                      Pensões/Reformas

                      Notar que a reforma do sistema de pensões já tinha sido discutida muito antes da entrada do FMI, mas nunca tinha sido implementada. A Grécia tem uma percentagem desproporcionada de população idosa, cerca de 2.6 milhões e uma população activa na ordem dos 4.4 milhões, isto para uma população total de 11.2 milhões. Isto obriga o estado a contrair empréstimos para puder efectuar os pagamentos mensais.
                      A 8 de Julho aprovou um conjunto de princípios depois de terem sido efectuadas mais de 50 emendas à lei. As medidas mais importantes foram:

                      • Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas que recebam mais de 2 500€/mês brutos. Aqueles que ganhem menos de 2500€ vão receber 200€ pela Páscoa, 200€ pelo Verão e 400€ no Natal;  
                      • Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas com menos de 60 anos, excepto para aqueles que tenham o número mínimo de anos de contribuição, tenham menos dependentes ou estudantes com menos de 24 anos a viver na mesma casa;  
                      • Todas as pensões congeladas até 2013;  
                      • Calculo das pensões tendo em conta toda a carreira contributiva. Vai estar em vigor um sistema de transição até 2015;  
                      • Passagem da idade de reforma no sector público e privado para os 65 anos;  
                      • Ajustes da idade de reforma tendo em conta a esperança média de vida a partir de 2020;  
                      • As pessoas podem-se reformar a partir dos 60 anos com penalizações de 6% por cada anos, ou aos 65 anos com pensão completa depois de 40 anos de serviço. A partir de 2015 ninguém abaixo dos 60 se poderá reformar;  
                      • Os trabalhadores que tenham trabalhos de desgaste rápido podem reformar-se a partir dos 58 anos (antes era 55) a partir de 2011;  
                      • Desconto para um fundo de solidariedade social (LAFKA), a ser feito pelos pensionistas que ganhem mais de 1400€, a partir de 1 de Agosto de 2010:
                        • 1401 a 1700: 3%;
                        • 1701 a 2300: 5%;
                        • 2301 a 2900: 7%;
                        • 2901 a 3200: 8%;
                        • 3201 a 3500: 9%;
                        • Mais de 3500: 10%.
                             

                          • Aumento da idade de reforma para mães trabalhadoras:
                            • No sector privado: para 55 (era 50) em 2011, 60 em 2012 e 65 em 2013;
                            • No sector público: para 53 em 2011, 56 em 2012, 59 em 2013, 62 em 2014 e 65 em 2015;
                            • Com três filhos: 50 em 2011, 55 em 2012 e 60 em 2013.
                                   

                                • Retirada da pensão aos ex-empregados públicos que sejam apanhados a trabalhar e tenham menos de 55 anos; Corte em 70% se tiverem mais de 55 anos e se a pensão for mais de 850€/mês. A partir de 2011;  

                                • Limitar a transferência de pensão de pais para filhos segundo critérios de idade e rendimento, o que inclui o pagamento de 26 000 a filhas divorciadas ou solteiras de empregados bancários e empregados públicos. Se os filhos podem receber duas destas transferências, apenas receberão uma delas, a maior, a partir de 2011;  

                                • A pensão completa pode ser transferida para viúvas(os) se a data da morte ocorreu após cinco anos de casamento e o cônjuge vivo tem mais de 50 anos e se certos parâmetros de rendimentos são cumpridos. No entanto, durante os primeiros três anos após a morte os pagamentos serão retidos;  

                                • Estabelecimento de uma pensão mínima garantida de 360€;  

                                • As pensões não devem exceder 65% do rendimento auferido enquanto se trabalhava (anteriormente este número podia chegar aos 96% baseado nos últimos anos de trabalho e nos mais bem pagos);  

                                • Os que não pagaram segurança social podem receber a pensão mínima desde que tenham mais de 65 anos, não tenham rendimentos e que vivam há mais de 15 anos na Grécia;  

                                • Fusão dos 13 fundos de pensão Gregos até 2018. Os fundos dos trabalhadores por conta de outrem, agricultores, empresários em nome individual e trabalhadores do sector público, serão integrados na segurança social até 2013;  

                                • Reduzir o número de fundos que servem os advogados, engenheiros, jornalistas e médicos;  

                                • Reforma completa das condições de reforma dos militares e forças de segurança o que inclui aumentar a idade de reforma e a remoção de bónus especiais;


                                    Impostos

                                    • IVA: todas as taxas de IVA foram aumentadas 10%: 5 para 5.5%, 10% para 11% e 21 pra 23%;  
                                    • Imposto sobre tabaco, bebidas alcoólicas e combustíveis: imposto adicional de 10%;  
                                    • Imposto em automóveis de luxo (novos e usados): 10 a 40% baseado no valor em novo e no valor de mercado;  
                                    • Publicidade na TV: toda a publicidade na TV está sujeita a um imposto de 20% a partir de 2013;  
                                    • Imposto especial de 1% para aqueles que tenham um rendimento líquido de 100 000€ ou mais